Aproximadamente 6 mil moradores da cidade de Laranjal do Jari estão desabrigados em razão da elevação do nível das águas do Rio Jari, no Sul do Amapá. Os prejuízos sociais e financeiros são incalculáveis visto que o centro comercial é a uma das partes mais afetadas da cidade. Cerca de 300 estabelecimentos comerciais sofreram interrupção total ou parcial e mais de 20 instituições públicas foram fechadas em conseqüência do alagamento ou da transformação em abrigos para as vítimas da enchente. Os bairros Sagrado Coração de Jesus, Malvinas, Santarém, Três Irmãos, Centro, Samaúma, Mirilândia e parte do bairro Nova Esperança foram afetados pelo sinistro. Por medida de segurança, o fornecimento da água tratada para as áreas submersas foi cortado, visto que poderia contaminar toda a rede de abastecimento da CAESA.
Até o fechamento desta edição, os investimentos em estruturação e manutenção dos abrigos, doação de alimentos, material de limpeza e higiene, remédios, locação de veículos (caminhões e barcos) e compra de combustível superavam 300 mil reais. “Desde que deixamos nossa equipe em estado de alerta, a Prefeitura vem atuando com os veículos e guardas municipais na estruturação dos primeiros abrigos e na remoção das vítimas e quando decretamos a Situação de Emergência o Governo do Estado do Amapá – GEA tem assumido todas as despesas”, declarou o Coordenador do COMDEC (Conselho Municipal de Defesa Civil) e Secretário de Políticas Institucionais, Cléber da Mota Cardoso.
Desde janeiro, a equipe do COMDEC já vinha realizando com preocupação o acompanhamento do aumento do nível do rio em parceria com a Defesa Civil Estadual, IEPA e institutos meteorológicos visando tomar as medidas para atenuar as dificuldades das vítimas. A partir de abril o rio sofreu súbita alta do nível chegando a 1,95m, provocando a remoção das primeiras famílias, as quais foram colocadas em abrigos públicos e em casas de amigos e familiares. Desde então, o Rio Jari não parou de subir e no dia 13/04, com 2,30m, a PMLJ decretou Situação de Emergência.
Com o Decreto de Situação de Emergência, o COMDEC passou a receber apoio integral do GEA que disponibilizou servidores públicos, corpo de Bombeiros, funcionários da Secretaria de Inclusão e Mobilização Social - SIMS, além de recursos financeiros para custear todas as despesas geradas pelo desastre, como gêneros alimentícios, estruturação dos abrigos e materiais de limpeza e higiene. As escolas Zélia Conceição, Mineko Hayashida, Tereza Teles, Santo Antônio, Anexo da Santa Lúcia, Nazaré Rodrigues e Vanda Cabête, além da Câmara de Vereadores, Estádio M. Queirogão, Sispumlaj, Associação dos Vigilantes, Clube BQ e Associação dos Taxistas foram transformados em abrigos.
Apesar de se aproximar do término das chuvas regulares, o COMDEC e as autoridades mantém a recomendação para que as vítimas não retornem às suas casas até segunda ordem. A fase da Lua cheia, as constantes chuvas e a elevação do Rio Amazonas que faz com que as águas do Rio Jari represem e seja motivo de preocupação das autoridades até o dia 20 de maio, pelo menos.
A orientação do COMDEC é para que todas as famílias se mantenham nos atuais locais até que tenhamos a segurança de que ao retornarem para suas residências não serão pegas de surpresa. “Quando tivermos essa decisão, somente a partir do dia 20/05, faremos o trabalho de remoção das famílias para as suas casas”, informou. Cléber Cardoso, que já atuou em diversas missões e funções pela Prefeitura de Laranjal na última década, reconhece o sofrimento dos moradores e empreendedores atingidos pelas enchentes, razão pela qual tem buscado amenizar o sofrimento dos mesmos através de várias ações e medidas durante o desastre.
Indagado sobre as parcerias, Cléber Cardoso disse que todas as instituições e voluntários envolvidos trabalham de forma solidária. “As Defesas Civil Estadual e Municipal, funcionários da prefeitura, GEA, sindicatos, associações e todas as pessoas que se dispuseram a ajudar no socorro às vítimas, fizeram isso de forma humanitária, se desprendendo totalmente das cores partidárias e crenças religiosas para contribuir com as famílias atingidas e isso é motivo de muita satisfação num momento tão difícil para todos os laranjalenses”, destacou.
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