quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

POPULAÇÃO DA REGIÃO DO JARI SOFRE COM MAIS UM APAGÃO



Mais uma vez as populações de Laranjal do Jari e Vitória do Jari sofrem com o racionamento elétrico realizado pela CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá). Mantendo a tradição, a empresa se esquiva de explicar os problemas nos meios de comunicação locais, razão pela qual a população começa a fazer diversos tipos de especulações na tentativa de encontrar uma explicação para o problema. O silêncio dos responsáveis pela CEA pode ser um indício de que existe contradição entre o que eles são obrigados a defender e a verdade dos fatos.
Quando não conseguem mais manter o silêncio, os funcionários da estatal apresentam sempre a mesma justificativa: a quebra de máquinas do parque gerador de eletricidade, que é de propriedade da So Energy. Ocorre que do outro lado do Rio Jari, no distrito de Monte Dourado, a geração de energia é feita pela mesma empresa e não ocorre a mesma vulnerabilidade. Do lado amapaense a eletricidade é gerada pela So Energy e distribuída pela CEA.
A explicação mais louvável para a situação seria um novo “boicote” da So Energy contra a CEA e o Governo do Estado do Amapá, pois a estatal deve alguns milhões à empresa contratada.
Em entrevista concedida no inicio deste ano, Liromar declarou ao JVJ que a arrecadação da CEA é muito exígua em relação aos custos. O déficit mensal da empresa ultrapassaria a casa de R$ 2 milhões. A diferença entre a arrecadação (paga pelos usuários) e os gastos da empresa são custeados pelo Governo do Estado/AP. Como se não bastasse, o GEA ainda paga a conta de aproximadamente 4 mil famílias da região através do programa “Luz para Viver Melhor”. Só em Laranjal do Jari, a CEA utiliza cerca de 1,3 mil litros de combustível por mês, o que equivale a cerca de R$ 2,7 milhões somente de óleo diesel.